Nova página 1
 
Nova página 1

         

Utilizador

Password 

Registe-se aqui!
Recuperar Password!

Items: 0
Valor: €0,00
 
Nova página 1
 
 
»

Home

 
»

Notícias

 
»

Legislação

 
»

Formulários online

 
»

Calendários de provas

 
»

Galeria Multimédia

 
»

Fórum

 
»

Cães

 
»

Feiras e Exposições

 
»

Zona cinegética

 
»

Calendário Venatório

 
»

Espécies Cinegéticas

 
»

Munições

 
 
 
 
 
 

VOCÊ ESTÁ AQUI » HOME » ESPÉCIES CINEGÉTICAS » PATO-REAL

 

Nome comum: Pato-real
Nome científico: Anas platyrhynchos L.
Outras designações: adem, pato-ganso, condal, cabeça-azul, lavanco, mancão
Peso: macho 859 – 1572 gramas; fêmea 750 – 1140 gramas
Comprimento: 50 – 65 cm
Fenologia: Residente (invernante)

Esta espécie pode ser encontrada na América Central e do Norte, na Europa, na Ásia, no Norte de África e mesmo na Austrália e Nova Zelândia onde foi introduzida. Na Europa, à excepção da Escandinávia onde apenas nidifica, é residente, embora alguns indivíduos migrem (fenómeno mais frequente para Norte e Este do Continente).
As populações ibéricas não fogem a este padrão, e embora o carácter residente seja bastante acentuado, acorrem à península algumas populações migradoras não ibéricas. Esta ave encontra-se uniformemente distribuída pelo território continental português, sendo as zonas de maior concentração o estuário do Tejo e Sado, o Paul de Boquilobo, a Pateira de S. Jacinto, a Ria de Aveiro e a Quinta do Taipal (em Montemor-o-Velho).
A íris é castanho-escura, o bico verde-amarelado no macho adulto e no imaturo (empalidecendo em fase de eclipse) com a unha negra, enquanto na fêmea (adulta e imatura) é alaranjado com a mandíbula superior praticamente toda escura (ou apresentando dos lados, uma zona alaranjada de tamanho variável). No macho juvenil o bico é verde-pálido enquanto na fêmea juvenil denota um tom laranja pálido com marcas mais escuras. Os pés são laranja-avermelhados nos adultos e nos imaturos e rosados amarelados nos juvenis.
Em plumagem nupcial, os machos adultos têm a cabeça e pescoço de um verde metálico, com reflexos azulados, terminando num estreito colar branco. O peito e a parte superior do abdómen são castanho-chocolate, enquanto os flancos e a restante área abdominal são branco-acinzentadas. As coberturas infra-alares são brancas e as infracaudais negras. Manto cinzento-acastanhado e as escapulares cinzentas. O dorso, uropígio e coberturas supracaudais negras. A cauda tem duas penas negras recurvadas. As rectrizes externas são brancas. A asa é de uma tonalidade cinzenta ou cinzenta-acastanhada dominante, contrastando com o espelho azul-púrpura orlado a negro e branco.

A fêmea tem pescoço e cabeça castanha pálida com finas listras negras e uma listra ocular. O peito, flancos e abdómen são castanhos com diversas marcas negras. A zona posterior do abdómen é mais clara. As coberturas infracaudais são brancas. O manto, as escapulares e coberturas supracaudais são acastanhadas. O dorso e uropígio mais escuros. A cauda é acastanhada com as rectrizes externas de tons esbranquiçados. As asas são semelhantes às do macho, embora possuindo um espelho mais estreito, uma tonalidade mais acastanhada e as extremidades das coberturas terciárias brancas.
A plumagem estival/eclipse dos adultos faz com que o macho, a fêmea e o juvenil se assemelhem, distinguindo-se o macho pela cor verde-amarelada do bico, pelo negro com reflexos esverdeados da coroa e pelo castanho-ferrugem do peito. A fêmea tem plumagem quase idêntica à nupcial, embora menos marcada e mais pálida. Os juvenis são globalmente semelhantes às fêmeas adultas, embora com características dos imaturos. O macho juvenil vai-se tornando parecido com o adulto em plumagem de eclipse.

Os imaturos são globalmente semelhantes aos adultos distinguindo-se ao nível da 4ª, 5ª e 6ª grandes coberturas secundárias pela existência na extremidade destas, de uma reduzida mancha negra, mal definida e arredondada, que não se prolonga pelos bordos da pena, sendo a mesma estreita e ligeiramente pontiaguda (nos adultos a mancha negra é alta, que não se prolonga pelos bordos da pena, sendo esta estreita e arredondada na ponta).
A partir de fins de Dezembro princípios de Janeiro, os adultos começam a formar os casais, que depois de formados se dispersam à procura de locais para se reproduzirem (os juvenis começam a formar casais mais tarde). Constróem o ninho no solo no meio da vegetação em locais tranquilos, como por exemplo nos sapais e pauís da foz dos grandes rios, nos grandes tanques de aquicultura extensiva abandonados, nas zonas de salinas (também elas abandonadas ou reconvertidas), por vezes em situações bastante expostas e longe da água. A postura é de 9 a 13 ovos de cor creme ou esverdeada. A incubação, feita pela fêmea, dura 27 – 28 dias. As crias saem logo ninho para se alimentar, pois são capazes de nadar desde muito cedo. Os jovens são capazes de voar com 50 – 60 dias de idade, atingindo a maturidade sexual com 1 ano.

A taxa anual de sobrevivência dos adultos é de cerca de 52%, sendo mais baixa nas fêmeas possivelmente devido à maior vulnerabilidade aos predadores durante a época de reprodução. Durante a época venatória a taxa de sobrevivência dos jovens é mais baixa (fenómeno mais acentuado nos primeiros meses do calendário venatório).

Em voo, esta espécie é um pato grande e pesado, com asas largas e compridas de batimento amplo (prolongando-se bastante abaixo do plano do corpo), destacando-se o espelho azul metálico de margens claras, o abdómen de padrão mais ou menos uniforme e coberturas infra-alares contrastando com as rémiges mais escuras e o ventre acastanhado. O voo é directo. É uma espécie extremamente vocal. Por ser um pato de grandes dimensões, é o que faz mais barulho quando levanta ou pousa na água. Com o avançar da estação fria, nota-se que estes se tornam cada vez mais cautelosos, pousando apenas após terem efectuado vários sobrevoos de reconhecimento.

Espécie omnívora, consumindo maior percentagem de matéria vegetal no Outono/Inverno, e maior quantidade de invertebrados na Primavera/Verão, podendo ainda ingerir anfíbios e peixes.
É talvez a espécie que mais frequenta os campos agrícolas (em especial os arrozais). Devido à grande dimensão das suas populações, podem surgir conflitos entre os agricultores e caçadores, pois os primeiros acusam os patos de provocarem grandes perdas de produção por consumo directo de arroz. Contudo, estudos recentes demonstraram que o consumo de arroz por parte dos anatídeos não tem efeito significativo na produção.

É uma ave extremamente versátil, podendo mesmo ocorrer em regiões com períodos deficitários em água mais prolongados, como é o caso do Alentejo, tirando partido das searas de sequeiro, que constituem uma fonte de alimento abundante. A sua elevada adaptabilidade permite-lhe tirar o máximo proveito da área onde se encontra, e mesmo em locais de pouca tranquilidade e bastante expostos como os arrozais, pode permanecer durante o dia abrigado na vegetação aquática existente nos canais de drenagem.
É o anatídeo que demonstra, de forma mais óbvia, movimentações circadianas entre as áreas de repouso e as áreas de alimentação. Durante o período venatório, estes movimentos parecem ser o resultado da perturbação provocada pela caça e pelo facto dos locais de refúgio não disponibilizarem alimento em quantidade e qualidade suficiente, obrigando os patos a deslocarem-se para zonas de alimentação.

A gestão de anatídeos no geral tem de ser bastante cuidada no que toca às questões de locais de repouso, de refúgio (especialmente durante a época de caça) e de alimentação e no caso de populações residentes, os locais de nidificação e muda (durante 4 semanas não voam, pois estão a ser substituídas as rémiges primárias).
Conjugado com a alimentação surge o problema do saturnismo, resultante da ingestão de bagos de chumbo juntamente com o material inerte do solo, que garantem o normal funcionamento da moela. A acumulação de chumbo aumenta a mortalidade (directa e indirecta) de grande número de patos.
O chumbo ingerido sofre erosão mecânica e química, entrando assim na circulação sanguínea, acumulando-se no cérebro, ossos e fígado, induzindo efeitos fisiológicos sub-letais, traduzidos por disfunções neurológicas e imunológicas, aumentando a mortalidade directa e indirecta (aumento significativo do abate por caçadores de patos contaminados).
A substituição dos cartuchos com bagos de chumbo por bagos de aço, por exemplo, deve ser uma das prioridades na gestão das zonas de caça às aves aquáticas.

Informação retirada do website http://www.confagri.pt

 
Nova página 1