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VOCÊ ESTÁ AQUI » HOME » ESPÉCIES CINEGÉTICAS » ROLA-BRAVA

 

Nome comum: Tordo-comum
Nome científico: Turdus philomelos Brehm, 1831
Outras designações: Tordo
Comprimento: 23 cm
Envergadura: 33 – 36 cm
Fenologia: Invernante (residente)

Paleártico ocidental e central, nas regiões boreais e no limite da região subártica. As populações das latitudes médias (Dinamarca, Países Baixos, Bélgica e Nordeste da França) são maioritariamente sedentárias, enquanto as do norte são parcialmente ou inteiramente migradoras. A migração está muito dependente do rigor do Inverno.

Ao nosso país acorrem indivíduos da Península Escandinava, Alemanha, Suíça, Polónia e antiga União Soviética (subespécie T. philomelos philomelos), do Reino Unido e Irlanda (subespécie T. p. clarkei) e indivíduos que migrando inicialmente para os Países Baixos, Bélgica e Noroeste de França, deslocam-se em Dezembro/Janeiro até à Península Ibérica.

A migração para Sul começa em Agosto, sendo o período mais forte de Setembro a Novembro. Estas aves chegam à zona mediterrânica em meados de Outubro. Regressam a Norte entre finais de Março e meados de Abril, e ocasionalmente mais tarde. Esta ave migra somente quando é necessário e somente quando as condições são muito adversas, não permitindo deste modo a sobrevivência.

É uma espécies cinegética bastante apreciada no nosso país, que devido ao seu tamanho e tipo de voo pode proporcionar belos momentos de caça.

É caracterizado por ter plumagem acastanhada no dorso e pintalgada no peito. Nos flancos e por de baixo das asas apresenta uma coloração amarelo pálida.
Na sua área de nidificação, foi registado uma diminuição no número de casais reprodutores, diminuição essa verificada também nos locais de invernada. Alguns estudos apontam as alterações na paisagem rural verificadas desde o fim da Segunda Guerra Mundial como o principal factor para essa diminuição, devido não só à perda de habitat, mas também à menor disponibilidades alimentar. Essas alterações traduziram-se, por exemplo, na diminuição na quantidade de pequenos bosques e sebes, de orlas e no aumento do uso de pesticidas. O habitat de reprodução preferido por esta espécie são as florestas de coníferas ou de caducifólias, preterindo as zonas de campo aberto. A conversão das zonas florestais em áreas agrícolas, tem empurrado os tordos para os pequenos bosques e alguns parques (mesmo os situados no interior das cidades). Durante o Inverno pode ser encontrado em zonas mais diversas e onde a dominância do estrato arbóreo é menor, procurando também zonas de menor altitude.
O ninho, em forma de taça, revestido por líquenes, musgo e folhas, é construído pela fêmea, em árvores e arbustos, normalmente encostado ao tronco, por entre os ramos e raminhos. A incubação dos ovos é da responsabilidade da fêmea, no entanto ambos os progenitores alimentam os juvenis, mais ou menos durante três semanas após a eclosão. A época de reprodução decorre de Abril a Junho, dependendo da época de migração.

É uma espécie monogâmica. A formação de novos pares parece estar dependente da migração. Os casais começam a formar-se nos princípios da Primavera. Os juvenis atingem a idade adulta ao fim de um ano.

Durante a época de reprodução, o canto do macho tende a ser concentrado durante o início da manhã e o fim da tarde, demarcando o seu território, defendendo-o agressivamente na presença de intrusos.

Este território tem como principal função a constituição dos casais e para construção do ninho, e pode ter de 0,4 até aos 3 ha, sendo maior em zonas de floresta. As populações de parques têm densidades maiores que as de zonas florestais, 170-280 casais por km2 e 5-25 casais por km2 respectivamente, dependendo este valor de diferentes níveis de diversidade vertical. Podem procurar alimento fora do território de nidificação.

No Norte da Península Ibérica existe uma população nidificante, numa zona que se estende da Galiza até ao país Basco e aos Pirinéus Catalães. No nosso país a área de nidificação corresponde às zonas fronteiriças do Minho e Trás-os-Montes. Nidifica normalmente nos locais de maior pluviosidade, em bosques ripícolas, preferindo zonas de maior altitude, embora possa ser encontrado perto do litoral.
Em Portugal os primeiros registos de nidificação remontam a 1990, na Serra do Gerês, na Serra da Nogueira, mais tarde no Parque Natural de Montesinho, e nas margens do Rio Minho. Esta população nidificante aumenta com a chegada dos indivíduos migradores.

Procura alimento preferencialmente debaixo de árvores e arbusto. A lista da sua dieta é muito variada, sendo maioritariamente constituída por invertebrados, alimentando-se também de frutos (principalmente a partir de finais do Verão até ao Inverno, onde nas nossas zonas rurais a azeitona representa um alimento importante para esta espécie). A existência de caracóis (Gastropoda.) e minhocas (Lumbricus spp.), parece ser um dos requisitos essenciais à presença desta espécie. Procura alimento debaixo das árvores e arbustos.

À excepção da altura de migração onde podem ser observados grandes bandos, esta espécie tende a ser solitária (formando pequenos grupos nos locais de alimentação fora da altura de nidificação, ou em dormitórios).

A manutenção do mosaico agrícola característico não só das zonas de nidificação, bem como das zonas de invernada, pode contribuir para a manutenção dos quantitativos populacionais desta espécie. Devido ao facto de parte da população europeia ser migradora, somente o esforço de todos os países pode proporcionar o aumento do número de tordos, contribuindo assim não só para a preservação da biodiversidade, mas também para que a caça aos tordos continue uma prática regular nos nossos campos agrícolas, contribuindo deste modo para a economia das zonas rurais onde é praticada.

Informação retirada do website http://www.confagri.pt

 
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